Muito se esperava pelo resultado do primeiro paredão estreado por uma negra (Janaina), um negro nordestino e gay (Lucival) e uma transsexual operada (Ariadna) nessa 11ª edição do BBB. Porém as estatísticas logo diziam que a pessoa mais indicada a sair do programa era a transsexual da casa mais vigiada do Brasil (segundo Pedro Bial), sendo assim logo penso: De que adianta colocar ousadias diferenciadas num programa de cunho popular, onde milhões de brasileiros assistem diariamente, esperando acontecer alguma novidade positiva, enquanto a mesma população encontra-se despreparada para encarar a realidade dos fatos: O preconceito reina sobre todos nós! Dentre as três possibilidades da eliminação, quaisquer que fosse eliminado cogitaria alvo de preconceito racial e sexual. Obviamente, tudo que se mostra diferente, causa um impacto maior, mas enquanto se tentam esconder ou eliminar essas diferenças de nossas vidas, continuaremos a ser um pais de terceiro mundo, com pensamentos pequenos, concordando com as injustiças e reafirmando a evidência eminente do preconceito pelo Brasil afora.
De que adianta sermos uma país rico por suas belezas naturais, pela exuberância da população, pelo crescimento cultural e econômico, quando na verdade estamos dando um passo em falso nos conceitos pré-estabelecidos de uma sociedade machista e medrosa.
Esse é um desabafo não pelo fato do debate que gira em torno da eliminação de um participante de um programa popular, mas sim pelo que ele significou enquanto tornou-se presente dentro das possibilidades.
Até quando às pessoas desejarão tapar o Sol com a peneira e enxergar o mundo de olhos vendados? O preconceito de maneira geral me faz pensar que a evolução da nação está muito distante do que imaginamos estarmos evoluídos. Quantos beijos "gays" foram vetados nas novelas? Quantos casais gays foram "mortos" na teledramaturgia para inibir a realidade permanente em nossa sociedade? E quanto à realidade do nosso cotidiano, onde diariamente a homofobia é mais uma triste estatística de casos onde pessoas são espancadas e mortas por brutamontes anti-cristos? Sem falar na discriminação presente em todos os lugares... Enfim, são inúmeros os exemplos reais e fictícios sob nossa ótica visivelmente embaçada.
Mas a luta pela exposição do diferencial continuará firme e forte, até o momento em que pudermos encontrar pessoas sendo reconhecidas pela sua individualidade, pelo seu caráter e pela sua postura como cidadãos. Porque ser diferente não significa ser errado, mas sim estar acima dos padrões sociais, e esses padrões estão mais arcaicos do que imaginamos.
Infelizmente perde aqueles que não têm coragem de enxergar o mundo como ele é. Afinal não existe uma maneira só de amar.
By Wall Isola
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